Por Hugo Albuquerque
Nosso mercado é totalmente (95% dos módulos e inversores são importados) dependente do câmbio, dentre outros fatores, pois qualquer variação cambial pode afetar diretamente toda a cadeia, sobretudo, quem se aventura nas vendas futuras sem fazer Hedge Cambial (travar o câmbio), garantindo que não vai aumentar os preços, para os integradores.
Primeiro, vamos entender o que é um precatório e como ele pode alterar o câmbio.
Os precatórios são dívidas obrigatórias que o governo tem que honrar com pessoas jurídicas ou pessoas físicas. A discussão da nova PEC é sobre postergar essas dívidas e, por isso, seu parcelamento apenas prolonga o crédito que está em débito ao credor. Ao passar a mensagem de que não consegue arcar com as dívidas (essa é a mensagem que passamos), o país põe em xeque sua credibilidade fiscal no exterior, a confiança dos investidores e a sua própria sustentabilidade financeira.
Isso faz com que as empresas retirem os investimentos no Brasil e haja uma evasão de dólar.
Antes da votação no congresso, o dólar estava em 5.4, hoje já está em 5.61.
Agora vem onde queria chegar. Há uns dois ou três posts anteriores comentei sobre a questão da venda futura sem cobertura cambial. E falei sobre a quase impossibilidade de se vender a preços mais baratos que os preços de outubro ou novembro, uma vez que o dólar não deve baixar e os preços na china só começam a baixar após o ano novo chinês, ou seja, embarques a partir de fevereiro de 2022.
Se querem se resguardar, façam a compra futura, mas exijam:
1. Contrato;
2. Hedge cambial;
3. Multa em caso de não cumprirem os preços.