As UFF (usinas fotovoltaicas flutuantes) como são conhecidas, fazem parte de uma tecnologia que promete revolucionar o mercado solar. A alternativa foi pensada para melhorar os potenciais de geração e para a preservar as placas solares. Segundo pesquisas, a primeira usina solar flutuante foi instalada na Holanda. Após o desenvolvimento do primeiro projeto, países como Estados Unidos, Japão, China e Reino Unido, também aderiram a tecnologia. A tecnologia é uma central geradora, igual a uma usina solar em terra, porém é instalada sobre a água. Com a ajuda de flutuadores, as placas solares são alçadas em água, apresentando muita resistência.
Para montar uma usina solar flutuante é preciso instalar os módulos sobre os flutuadores, e pendurá-los em uma âncora. A âncora pode ficar tanto no solo, quanto no subsolo (embaixo d’água).O objetivo de algumas usinas solares flutuantes é produzir energia para o bombeamento de água para agricultores. Apesar deste foco, a energia produzida por esse tipo de usina também contribui para a diminuição da taxa de evaporação dos reservatórios e até para a redução da proliferação de algas.
Esses projetos possuem bastante vantagens ambientais, sociais e econômicas. Nas vantagens ambientais podemos listar: a contribuição para redução da evaporação (conservação da água & ecossistema); impacto neutro na qualidade da água; redução da erosão nas margens por diminuição da ondulação; e por último o impacto neutro/positivo. Nas sociais podemos listar: a Preservação de superfícies de solo para outros usos; reabilitação de áreas contaminadas gerando energia limpa; a compatibilidade com usos lúdicos da superfície da água; e o baixo impacto visual. Nas atividades econômicas: a conversão de superfícies subaproveitadas em áreas lucrativas; a redução de custos de conexão à rede elétrica; o rápido processo de desenvolvimento e produção; o aumento de produtividade FV devido a refrigeração natural do sistema; dentre outros.
“Esta tecnologia de solar flutuante terá participação relevante no mercado solar em geração distribuída. Nos açudes de fazendas agrícolas, para o mercado do Agronegócio. Preservando a terra para a agricultura, evitando a evaporação da água em até 70% na área coberta; Nas Metrópoles como a grande São Paulo e Rio de Janeiro, aonde os poucos terrenos disponíveis são caros para a instalação de usinas solar e o mercado imobiliário é o principal interesse dos investidores. As áreas de reservatórios e lagos serão a saída para atender o mercado com usina solar flutuante”, disse Orestes Gonçalves Júnior, economista e sócio diretor da F2B-Fotovoltaico Flutuante Brasil.
Orestes Gonçalves Júnior, economista e sócio diretor da F2B-Fotovoltaico Flutuante Brasil.
Segundo o diretor, a tecnologia ainda pode contribuir para geração centralizada. “Também terá participação no mercado de geração centralizada. Com a autoprodução “on site” em lagos de rejeito de mineradoras, eliminando os custos de tarifa de transmissão e encargos setoriais; e com Mercado Regulado com as usinas HÍBRIDAS com duas fontes de geração em uma única infraestrutura, ocaso hidroelétrica e solar flutuante,” completou.
No Brasil já existem usinas solares flutuantes conhecidas, como a de Presidente Figueiredo- AM, hidrelétrica de Balbina; em Rosa-SP, no lago da usina hidrelétrica de Rosana; e a de Sobradinho, na Bahia. A maior usina solar flutuante da América. A obra irá gerar energia a partir de uma potência de 1 megawatts (MW).
Usina solar Flutuante de Sobradinho/ Créditos: Saulo Cruz MME